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JOANNA D’ARC E A LOUCA DE PARIS

...ali, amarrada a uma estaca em meio a uma Praça de Ruan, na Alta Normandia, no ano de 1431, Joanna D’Arc recorda-se da traição feita à Jesus, quando habitou o corpo de Judas Iscariotes. Nesse emocionante momento de expansão da Consciência, a redenção se deu! ... JOANNA D’ARC E A LOUCA DE PARIS Hèlene era moça jovem, de excelente aparência, e descendia de família nobre do interior da França. Viera para Paris para estudar, mas os obsessores que a perseguiam desde o berço, passaram a fechar o cerco ao seu redor, prejudicando-a em seus estudos, devido aos constantes ataques de fúria que provocavam na pobre moça. Por possuir grandes conhecimentos filosóficos, Hèlene era alvo de extrema atenção dos estudantes de filosofia, que costumavam se reunir ao seu redor para ouvi-la, por noites inteiras, nos bares da moda. Pelo convívio diário com ela, seus amigos de faculdade evitavam interrompê-la durante suas explanações, pois que isso provocava um violento ataque das entidades invejosas que a perseguiam, fazendo-na ficar agressiva e descontrolada. Certa noite, por volta das 23 horas, uma luxuosa carruagem parou em frente ao bar onde os estudantes estavam reunidos ouvindo Hèlene, e de seu interior saltou elegante figura masculina, que sentou-se próximo aos outros ouvintes e ali permaneceu, embevecido pelo verbo inspirado da jovem, até alta madrugada. Assim que Hèlene concluiu seu pensamento, o nobre senhor ergueu-se e a aplaudiu, dizendo que até o próprio Sócrates também a aplaudiria, caso ainda estivesse entre os vivos! Mal ele acabara de falar isso, Hèlene pôs-se a agredi-lo com violência, enquanto seus amigos tentavam contê-la. Mas nada conseguiram antes de o homem ter suas roupas rasgadas e uma das orelhas quase arrancada por uma dentada da jovem enfurecida. Na noite seguinte, quando todos brincavam e cantavam animados, alguns homens truculentos entraram no bar e levaram Hèlene com eles. Alguns estudantes ainda perguntaram do que se tratava, mas ao chegarem à porta, viram a mesma carruagem da noite anterior parada do outro lado da rua e imediatamente concluíram que o cavalheiro que levara uma surra na noite anterior havia ordenado aos inquisidores a prisão de Hèlene. Em meio a mais um ataque de fúria ela foi brutalmente contida e levada aos porões de uma prisão, sendo jogada numa das celas imundas. Apesar de gritar histericamente e de se jogar contra as paredes e grades da cela fazendo grande estardalhaço, ninguém veio acudi-la. Mas logo no começo da madrugada, certa prisioneira seria transferida, já que permanecia apenas três dias em cada prisão pela qual passava, para que nunca pudesse ser localizada por quem quer que fosse. E a prisioneira era ninguém menos que Joana d’Arc, conhecida como a Virgem de Orleans. O carcereiro que conduziria Joana até o outro presídio resolveu jogá-la na cela onde Hèlene se debatia e gritava enlouquecidamente, mandando Joana provar o poder que tinha, acalmando aquela louca. Mas qual não foi a surpresa de todos ao ver a louca Hèlene curvar-se diante de Joana, pedindo mansamente que esta a livrasse da perseguição que sofria desde a infância. Joana sentou-se no chão e colocou a cabeça de Hèlene em seu colo, dando-lhe passes longitudinais, enquanto cantava doces acalantos que sua mãe lhe ensinara. Hèlene adormeceu e só acordou mais de vinte e quatro horas depois, quando foi avisada que já estava livre para sair. Estando em paz como nunca estivera antes, ela pediu ao carcereiro para levá-la até Joana, pois precisava agradecer a benção recebida! Logo foi informada que a prisioneira só permanecia três dias em cada prisão e que ninguém sabia para onde havia sido levada. Ao ganhar as ruas, Hèlene pôs-se a procurar por Joana. Ela precisava agradecer e explicar a sua benfeitora a extensão do bem que lhe fizera. Depois de algumas semanas caminhando, chegou à Ruão numa madrugada muito fria. Cansada, Hèlene sentou-se num banco de praça e, depois de algum tempo tiritando de frio, deitou-se e adormeceu. Na manhã seguinte ela levantou-se, sem perceber que seu corpo físico permanecera sem vida sobre o banco da praça. Caminhando, Hèlene perguntava às pessoas que cruzavam com ela se sabiam do paradeiro de Joana D’Arc, mas as pessoas a ignoravam completamente, como se não a vissem! Ao notar uma aglomeração numa praça, ela se aproximou para ver do que se tratava e seus olhos se encheram de alegria ao ver Joana! Era ela, sim, em meio a praça! Mas, admirada, deteve-se... Por quê Joana estava sendo acorrentada numa estaca em meio à praça? Hèlene sentiu o coração apertar no peito! Joana a libertara de cruéis perseguidores, por sua infinita bondade! Como poderia agradecer tanta doçura? Se preciso fosse, ela se colocaria no lugar de Joana, deixando-se queimar sem um murmúrio sequer! Mas não poderia ajudá-la naquele momento, da mesma forma que fora ajudada num momento tão difícil para as duas, naquela noite, na prisão! Chocada com o que via, ela se ajoelhou e chorou copiosamente aos pés de Joana. ... Joana D’Arc fitou o céu azul de Ruão, enquanto o carrasco lhe atava à estaca. Ela tinha apenas dezenove anos de idade, naquela fria manhã de 30 de maio de 1431. Imediatamente, sob a luz da Eternidade, ela lembrou-se de quando beijou Jesus, no intuito de entregá-Lo aos soldados de César! Lembrou-se claramente que recebera trinta talentos para afastá-Lo de Sua humilde missão e do amargo arrependimento que a levou, então como Judas Iscariotes, ao suicídio pelo enforcamento! Sim, ela fora o discípulo que traiu Jesus e O levou à morte! Como poderia pagar essa dívida de sua miserável alma para com a Estrela Celeste que era Jesus? Ela fechou os olhos e ao reabri-los, lá estava Jesus a seus pés, ao lado do abatido espírito de Hèlene. Apenas com o Seu doce olhar, Jesus afirmou que nada havia a perdoar. Joana já começava a tossir, sufocada pela fumaça, quando Jesus permitiu que Hèlene subisse os degraus que a separavam de Joana e que a abraçasse com força, protegendo-a do fogo e da fumaça! ... Hèlene tornou a fitar Joana, mas agora se sentindo mais fortalecida! Nada a impediria de agradecer a sua benfeitora! Logo, pode escutar maviosa voz incentivando-a: ‘Não tema, minha filha, proteja a tua guardiã, que eu te protegerei também!’ Estimulada com aquele incentivo, Hèlene de um pulo subiu os degraus, abraçou Joana chorando e agradeceu o bem que ela lhe fizera, mas ainda sem saber que já não estava mais entre os vivos! “Teu coração será protegido por mim, pois que eu para nada sirvo! Não morra, Joana, não morra! Deixe-me sentir todas as dores e morrer por ti!” Depois que a chama se apagou, assustado, o carrasco viu num dos degraus da escada próximo à fogueira o pulsante coração de Joana! ❤️ Abraçados e felizes, os três amigos se afastaram dali em direção ao Infinito! ❤️ “Obrigada, Jesus, por nos ensinar que não existem pecados que não possam ser perdoados!” ❤️ Com Amor By Eliane Arthman


 
 
 

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