O MILAGRE De FÁTIMA
- Eliane Arthman
- 13 de mai. de 2021
- 2 min de leitura

Ele subia a colina, vencendo a lama que descia junto à chuva torrencial.
Era dia 13 de outubro de 1917, um dia que ele aguardara ansiosamente, pois queria ver desmascaradas aquelas crianças que diziam ver a Virgem Maria.
Acompanhara tudo pelos jornais e achava ser aquilo uma fantasia criada para impressionar os tolos.
Como médico psiquiatra e ateu, ele julgava aqueles três pastores como crianças carentes de atenção.
Ao chegar ao topo da colina, todos estavam encharcados e exaustos pela difícil escalada naquele chão escorregadio e gelado.
Olhou ao redor e sentiu muita pena daquelas pessoas sofridas, muitas em suas cadeiras de rodas, muitas cegas, crianças febris e velhos cansados e doentes, todas expostas ao frio e à chuva daquele dia em que as crianças disseram que a Virgem havia marcado de aparecer.
Quando deu meio-dia, olhou o relógio e achou graça daquele teatro todo que achava ter sido armado por alguns padres loucos por notoriedade e ouro! Se Deus existisse mesmo, não permitiria que aqueles malucos fizessem isso com o povo.
Mas quando deu 13 horas, começou a correr uma brisa morna e muito agradável, afastando a chuva e o frio.
De repente algumas pessoas gritaram apontando o céu e ele, curioso, olhou.
E ficou muito assustado com o que viu: o sol girava descontroladamente e se aproximava da Terra rapidamente. Pensou ser o fim de todos, pois não havia para onde correr. Tornou a olhar para cima e viu o Sol no tom rosa claro girando bem próximo a todos, causando gritos de pavor em uns e desmaios em outros. Se ele soubesse rezar, com certeza o faria.
O vento gerado pelo movimento do sol secou tanto o chão quanto as roupas de todos.
Logo, ele ouviu um rumor de vestes e ao olhar para cima, viu uma moça muito linda com Rosário de pérolas nas mãos e, conforme ela se movimentava, pétalas brilhantes jorravam de seu santo Rosário que, ao tocar as pessoas, eram absorvidas por seus corpos. Ele constatou então, admirado, que todos ali estavam reluzindo, cada um em um tom diferente, abençoados pelos poderes místicos contidos naquelas pétalas.
Enquanto isso, a moça vestida de branco, repetia palavras sagradas e sorria gentilmente, emitindo luz em cada palavra que pronunciava.
Alguns apenas viam pétalas brilhantes jorrando do sol, outros podiam ouvir as palavras sagradas da Virgem e outros, ainda, podiam vê-la sem ouvir a Sua voz.
Ele estava hipnotizado, olhando a Virgem, com o coração aos pulos e olhos rasos d’água. Não conseguia parar de chorar, mesmo sem querer fazê-lo. Sentia que perdera tempo não acreditando no Amor de Deus por todos os Seus filhos.
E sabia que não era digno de receber nada daquela Virgem bondosa, que se deixava ser vista e ouvida por ele, um ser tão indigno de Sua bondade! Ele fora ali para debochar, rir-se daquelas crianças e das pessoas que julgara serem tolas e ignorantes!
Jamais pensara testemunhar algo tão sublime, como a cura de tantas pessoas!
O olor de rosas, o sol tão próximo de todos, o Amor e a humildade daquela moça...
Quando os olhos d’Ela encontraram com os dele, pode ouvi-La sussurrar:
- Vá e diga aos que conheces que eu existo, filhinho!
Salve a Virgem do Rosário de Fátima!
Desde 13/10/1917
Com Amor e por Amor
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Eliane Arthman
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