Ensinamento!
- Eliane Arthman
- 7 de fev. de 2021
- 6 min de leitura
...o belo jovem, vestido com calça e blusa social brancas, estava sentado no chão, com os cotovelos apoiados em um de meus joelhos. Seus olhos refletiam o infinito e seu sorriso transmitiu-me paz e confiança.
...o belo jovem, vestido com calça e blusa social brancas, estava sentado no chão, com os cotovelos apoiados em um de meus joelhos. Seus olhos refletiam o infinito e seu sorriso transmitiu-me paz e confiança. Ele fez questão de frisar que não tinha forma física alguma! Ele passara pelo filtro da minha humanidade e se transformara em algo concebível para mim. Apenas com o olhar me pediu uma música de amor, mas por ser pega de surpresa, fiquei a observá-lo na mais completa incredulidade. Busquei um lá menor e dedilhei as cordas do arpejo. Sem esperar, veio a música e a letra de uma canção: ‘Juro, eu não entendo o que diz o vento Do luar eu não concebo o pensamento, nem porque o Céu se deita sobre o Mar... Juro, que os meus olhos se perderam no caminho, os meus sonhos são lençóis em desalinho, numa cama que ninguém jamais dormiu!’ Logo, meu Mestre surgiu próximo ao armário do quarto e eu corri para abraçá-lo. *(Ele estava afastado de mim havia um tempo, mesmo sem eu tê-lo mandado embora, como sempre fazia quando ficava zangada por não conseguir atingir minhas metas pessoais. Muitas vezes eu conseguia ser muito grosseira, mas Ele jamais se ofendia ou se desgastava comigo).* E naquele fevereiro de 2003, apesar de procurá-Lo por todos os recantos internos do meu ser, eu me frustava por nunca conseguir encontrá-Lo . ‘Acho que Ele se cansou de mim...’ pensava triste)* Por isso me emocionei ao revê-Lo naquela noite. Mas quando o abracei, o quarto se desintegrou e ficamos a pairar na imensidão do azul da noite. Era lindo e intenso o Silêncio que envolvia a noite! E a Lua... ah... A Lua estava linda, irradiando Luz por todo o Universo! ‘Mas essa não é a mesma Lua que conheço, Senhor!’, pensei. A Lua vibrava como se estivesse viva, emitindo uma claridade que nunca houve, algo que nunca ninguém no Planeta Terra jamais viu! Meu Mestre sorriu e me fez ver que o que eu via não era a Lua, e sim um portal em forma de círculo, que nos levaria até diante do Trono de Seu Pai. Assim que o cruzamos, lá estava o ‘Indescritível’, ‘Inenarrável’, ‘Inconcebível’, me acolhendo carinhosa e intensamente, falando dentro da minha cabeça que não queria ser visto como ‘Poderoso’. Ele soprava em todas as direções e Seu sopro criava novas consciências que iam em direção à Terra para estimular as Curas (milagres), o Amor e a ânsia pela Caridade. Potências de Luz O rodeavam e logo partiam em direção à Criação de novos mundos. ‘Me dê o seu coração, filha!’, pediu Ele. Baixei a cabeça sem conseguir responder, pois me recordei de certo dia, um ano antes, em que chegava para um ensaio com a minha Banda. Estava muito decepcionada, pois tudo aquilo no que me empenhara dera errado: o lucro dos meus Baralhos nunca chegou até mim; meus CDs vieram com defeito e o meu último lançamento, chamado ‘A Tábua Mágica’, que era um Oráculo para jovens, nunca pudera chegar até o público! Assim que acabei de subir a escada do estúdio, vi meu Mestre. Ficamos, eu e Ele, de frente um para o outro. Eu com medo de novamente expor as minhas frustrações e Ele sorrindo feliz. ‘Tudo dá errado, Mestre, nada prospera ou progride! - pensei arfante - Que mais o Senhor quer de mim?’ E dizendo isso, enfiei a mão por dentro da blusa e arranquei o meu coração. ‘Toma, Mestre, pode levá-lo! Seguirei sem um coração para amar!’ Ele pegou meu coração com os olhos e o semblante tristes e sumiu. Quando acabei de ensaiar Ele não estava mais ali como imaginei que pudesse estar para me pedir perdão por nada ter feito em relação a minha prosperidade. (sempre O ouvi afirmar que ‘o pior pai do mundo é aquele que não deixa uma filha sofrer... Ele jamais privilegiara aos que o seguem!) Retornei até diante do Pai e pensei: ‘Senhor, me perdoe, mas não tenho mais um coração! Eu o perdi por minha própria invigilância!’ (Me envergonhei de falar que o havia dado ao meu Mestre, num gesto de extrema indelicadeza!) Como se não me ouvisse, o Senhor insistiu: ‘Mas m’o dê!’ Tremendo da cabeça aos pés, coloquei a mão por dentro da blusa e estranhei por achar ali um coração. Sem titubear, o arranquei e, com ele em minha mão, o ofereci ao Senhor. Mas o coração pulsava tão forte, que quase o deixei cair... Ao observá-lo melhor, vi que o coração ali em minhas mãos estava envolto por uma coroa de espinhos! Emocionada, dobrei meus joelhos e encostei minha face no chão! Eu nunca percebera que Ele me dera o Seu humilde coração! Nunca! Eu O expulsara da minha vida naquele dia no estúdio, sem jamais imaginar que Ele havia deixado parte de Si pulsando em meu peito! Fui despertada do torpor pelo pedido do Pai: ‘Olhe o Universo, filha, olhe!’ Ergui a cabeça e enxuguei os olhos com uma das mãos. Na escuridão do Infinito, milhares de luzes multicores piscavam fortemente, parecendo pisca-pisca de Natal. Aquela foi, para mim, a imagem mais bela que jamais vi! ‘O que será isso?’, pensei. E o Senhor imediatamente me respondeu: ‘Esses que brilham são aqueles que me entregaram, sem vacilar, os seus corações!’ ‘Mas o coração que Lhe dei, Senhor, é o coração que Seu filho me deu por pura bondade, para que eu jamais me perdesse d’Ele! Eu nem merecia estar aqui diante de Ti!’, lamentei. Imediatamente retornei ao meu quarto, tornando a ver o rapaz sentado no chão, me pedindo para escrever sobre aquilo que via. (Até então sem saber que aquele rapaz era, na verdade, uma das formas usadas pelo ‘outro’, do qual meu Mestre me falaria mais tarde). E, assim, escrevi os versos finais da canção, mas, então, profundamente emocionada. ‘Juro, acenderam-se as luzes do Universo, Sob essa Luz eu escrevi meu verso, E o céu inteiro estremeceu com meu Amor, Divino Amor! Juro, que o meu coração perdeu-se na estrada, Da minha herança eu não fiquei com nada, Só com os meus versos E um amor para lembrar!’ Imediatamente me vi em vários lugares ao mesmo tempo: no estúdio falando com o Mestre; ora rechaçando-o covardemente, ora entregando a Ele meu coração que tanto O amava, ora vendo-O sumir por entre as paredes do estúdio; ora vendo nós dois abraçados, girando no Universo, indo até diante do Trono do Pai; via-me, também, a entregar ao Senhor o coração do meu Mestre, despedaçado pela coroa de espinhos e via as luzes coloridas a piscar suavemente no Universo, como que a seguir a batuta d’algum maestro virtuoso. Vendo a minha aflição, senti o abraço do Mestre, que vinha, amorosamente, me consolar. Sua voz soprou no meu Ser as palavras que ficaram marcadas para sempre em mim: ‘Não te assustes, filha minha! É que diante de meu Pai, Tempo não existe! Tempo é a prisão que cega os homens, não os permitindo perceber que são livres! Vou-me embora de ti e o ‘outro’ virá! Só voltarei quando cumprires o Ciclo da Santíssima Trindade!’ O ‘outro’ (que soube depois ser o belo rapaz sentado aos meus pés naquela memorável noite) que veio e me mostrou em minha tela mental os Mistérios que envolvem o ‘Tempo’. Me esclareceu que Ele que libera os Dons que adquirimos em nossas milhões de vidas e que a memória do espírito é infinita! Ele me permitiu tocar piano e liberou alguns dos conhecimentos que adquiri nas muitas vidas em que me manifesto. E respondeu quem era quando Lhe perguntei isso. ‘Sou a Sabedoria! Sou aquele que concretiza no mundo físico as obras de Jesus, que é o Amor, diante do qual todos se curvam! Sou a Luz da Sabedoria que liberta o Ser de suas mazelas, mostrando a extensão e a tecitura do seu próprio ser! Eu sou os Veneráveis Mestres Krishna, Buddha, Avalokiteshvara, Milarepa e tantos outros! Eu sou o Divino Espírito Santo contido em todos Eles! Assim eu vi! Com Amor e por Amor ❤️ By Eliane Arthman https://www.youtube.com/watch?v=Ou6QgMPPvlY

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