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Ensinamento!

...eu sabia que era Ele!

Notei a Luz no canto da sala e sorri ao sentir-Lhe a radiosa presença.


Não tinha forma ou nome, mas eu sabia ser a Sabedoria do Universo.


Era Ele, o Espírito de todas as coisas que provinham da mente de Criador da Vida.


Pensei em Krishna e imediatamente Ele se transformou nessa divina forma, fazendo uma ligeira reverência diante de mim, juntando as palmas das mãos.


Apesar de desejar abraçá-Lo eu apenas retribui ao Seu gentil cumprimento.

Em estado alterado de consciência, pude ver a Sua divina essência como um fulgor amarelo claro com um núcleo Branco azulado.

Num piscar de olhos, estávamos num imenso salão de chão espelhado, onde o reflexo de alguns abajures com lâmpadas coloridas transluziam e geravam aconchego e encanto.


Telepaticamente passamos a nos comunicar:


- O aprendizado foi liberado e, assim, poderás te lembrar do que hoje te ensinaremos.


Logo, Ele se aproximou e me abraçou, provocando em mim uma emoção nunca antes experimentada. Era como se Ele soubesse que o meu primeiro impulso ao vê-Lo no esplendor de Sua majestade, fora o de abraçá-Lo.


Enquanto eu ainda O abraçava, um brilho multicor que reluzia por detrás do vidro de uma enorme janela me chamou atenção o que O fez me puxar pela mão, caminhar até a janela e abri-la.


Admirei-me com o que vi!


Um mar de luzes formava ondas reluzentes numa visão inacreditável, jamais concebida por qualquer um dos sentidos humanos! Durante um tempo, que não sei mensurar, vislumbrei aquela manifestação espiritual em silêncio.

De repente, uma pequena onda estourou bem próxima a mim, cobrindo-me, assim, da cabeça aos pés. No mesmo instante, minhas vestes ficaram totalmente luminescentes e senti meu espírito ser envolvido por uma sensação de infinita paz.

Parada ali, próxima a arrebentação, eu ouvia o Mestre me explicar telepaticamente:


‘Isso não é um mar!

Cada Luz que vês representa a mente daqueles que se abrigam em minha mente. Eles meditam em mim e eu os abençoo ininterruptamente. Eles se refugiam em minha mente em busca de instrução e, assim, tornam-se doadores de bençãos. Juntos, com alegria e amor, eles formam esse mar espiritual de luzes. Eles são meus amados discípulos, que me pediram que essa Verdade te fosse revelada.’


Eu estava tão embevecida com toda aquela luz me cobrindo, da cabeça aos pés, através das ondas que não paravam de vir banhar meu corpo tão suave e delicadamente, que nem conseguia prestar atenção no que o Mestre me falava. Sim, eram bilhões de discípulos, alegres e solidários ao meu miserável estágio espiritual, que me passavam seus múltiplos conhecimentos ao tocarem meu vacilante espírito. Lá no fundo da minha mente, uma voz me pediu que olhasse para o horizonte, o que atendi imediatamente.

Lá estava o indescritível, o inenarrável, a brilhar, fulgurante, na linha do horizonte.

Fiquei a fitá-Lo, embevecida, admirada por Sua humildade em se deixar ver.

Ele mergulhou em mim e mostrou-me toda a beleza daquilo que criou.

Ele era o infinito a me atrair para Si!

Ao som do ‘Om’ do Universo, emocionei-me com as minhas próprias canções que Ele cantou para mim.


‘Nossos corações batem no mesmo compasso! Tu me deste o teu e eu te entreguei o meu! Eu me entrego a ti, para que tu me dividas por entre os teus pares! Vá e diga que Eu sou Alegria e Amor!’


Meu Mestre tornou a conduzir-me à grande sala, fechando a janela e me convidando a olhá-la detalhadamente.


Bem no meio do salão, sob um foco de luz, vi-me sentada em minha mesa de jogo, lendo as cartas para alguém. Aproximamo-nos, sem sermos percebidos. Um campo magnético não me permitia entender o que estava sendo falado, mas pude perceber a difícil situação espiritual da pessoa que se consultava.

Logo, por detrás da minha figura que jogava, surgiu u’a mãe de Santo, com uma bacia de ágata branca nos braços. Ela parou ao lado da pessoa que se consultava e passou nove bolinhos de acassá e nove bolinhos de farinha de mesa no corpo da pessoa, recolocando-os na bacia e se retirando em seguida.

Logo, as portas de uma igreja católica se abriram e eu pude ouvir milhares de vozes em oração. Depois de algum tempo, vi luzes safirinas jorrarem de dentro da Igreja, envolvendo delicadamente tanto o Espírito da pessoa que se consultava quanto o da minha figura que jogava.

Imediatamente, vi as portas de um templo Evangélico se abrirem e ouvi muitas pessoas entoando cânticos belíssimos, com os braços erguidos, louvando o Senhor. A Luz que jorrava do teto do Templo, envolveu a minha mesa, transmitindo-nos uma sensação de muita paz na pequena sala de jogo, exorcizando alguns vultos que se esgueiravam por detrás do consulente.

Em um interregno de tempo, muitos Templos se iluminaram nos abençoando e médiuns de Centros Kardecistas vieram renovar a matéria fluídica do ambiente.

Cada uma dessas manifestações emanaram de diferentes dimensões.


De repente, a janela se abriu e o mar de luzes invadiu o salão, num ir e vir infinito, nos cobrindo com as inúmeras partículas dos méritos que cada um recebeu da Terceira Pessoa da trindade, que é o Senhor de todos os Oráculos.


Caí de joelhos, emocionada com o que via!

Ali estavam todos os Mestres, inclusive os que trabalhavam nos Umbrais da escuridão, trazendo Seus discípulos recém batizados, para deixarem ali naquela humilde mesa, um tantinho das bençãos que puderam receber. Eram Exus e Pombo-Giras que migraram do estágio de ‘Eguns’ e passaram a trabalhar nas Falanges dos Povos de Rua, já carregando os nomes que receberam.

O Mestre me ergueu do chão e me abraçou, beijando os meus cabelos que ainda reluziam, pelas bençãos que todos recebemos naquele momento memorável.


No horizonte, o Indescritível rebrilhava abençoando os mundos e a todos os seres da Criação.


Todos os Oráculos possuem os poderes Místicos e a Glória de Deus!


‘Vá, filha, e conte o que pudeste ver!

Diga que diante do meu imenso amor, todos são iguais!’


Glória a Deus nas alturas e Paz na Terra, aos homens de boa vontade!


Assim eu vi!


Com Amor e por Amor

By

Eliane Arthman


 
 
 

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