Ensinamento!
- Eliane Arthman
- 7 de fev. de 2021
- 3 min de leitura
Cada professor tem uma explicação diferente sobre um mesmo tema!
Assim como as Padilhas nos esclareceram sobre a liberdade que cada Instrutora dos Oráculos deve ter na hora da interpretação de cada Carta, de qualquer uma das entidades, neste estudo abaixo, os manuscritos milenares nos falam sobre isso.
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Hastāmalakīyam é um texto que fala sobre autoconhecimento.
Cada texto de Filosofia tem seu próprio sabor, sua própria abordagem. Cada um ressalta algum aspecto da Sabedoria do Supremo, o conhecimento sobre si mesmo, já que esse conhecimento tem aspectos diferentes e únicos.
Você vê coisas, fenômenos, ações e resultados. Mas você não sabe que está vendo o Supremo.
Um mosquito mordendo você é o Supremo mordendo o Supremo. É evidente que isto é uma visão. A tradição que explica essa visão é o próprio Supremo. Não há separação. Os livros não explicam a visão.
Quem explica é o Ser.
E esse Ser, é o sujeito e o objeto de conhecimento ao mesmo tempo.
O assunto da Consciência é a vida.
Estamos falando sobre uma visão da vida. Somente um ser humano pode ter essa visão.
Todo humano aspira por esta visão, independentemente daquilo que cada um buscar, do lugar onde está buscando ou dos meios pelos quais procura ter essa visão.
As palavras que estão nos livros, nos Sutras e nas demais escrituras, faziam parte, anteriormente, da tradição oral, transmitida de boca a ouvido ao longo do tempo. Essa tradição, na hora em que os alfabetos foram criados, passou a ser registrada nesses dialetos ou idiomas.
Mas os livros são apenas o registro das palavras que explicam a visão.
A visão da Consciência é tão antiga quanto o homem.
Ela é preservada desde os tempos mais remotos.
A noção do Ser, então, sempre foi transmitida oralmente.
O professor dava uma frase ou um verso, e depois explicava. O estudante ouvia e aprendia.
Assim, dava-se, e ainda se dá, a transmissão da visão. As palavras sem a visão são somente palavras.
É a visão que flui de pessoa para pessoa. Não é o fluxo das palavras, mas o fluxo da visão. Se não fosse assim, bastaria escrever a visão numa folha de palmeira ou num papel e entregar para o outro.
Essa transmissão não tem nada a ver com língua, dialeto, gramática, etc.
Esses são apenas recursos, ferramentas para desenvolver a visão.
Na tradição, quando você se encontra com um mestre, ele habitualmente lhe pergunta quem é seu mestre, a que tradição ou linhagem ele pertence.
Daí surge o conhecimento da linha tradicional e das maneiras e eventuais sutis diferenças de interpretação de cada mestre. E assim, o professor tem uma idéia da visão do outro.
A transmissão da visão
A visão e a tradição de ensinamento é algo vivo. Não é uma gravação ou um registro escrito. A visão e a tradição não são as notas feitas pelo estudante atento, nem o registro.
Se olharmos para as palavras como algo vivo, que está acontecendo na transmissão, veremos essa diferença.
Se eu não compreender, o livro não vai me esclarecer, pois ele não fala.
Mas o professor sim, pode me responder as dúvidas e perguntas, transmitindo e esclarecendo essa visão.
Se eu tiver a visão, eu compreendo. Se eu não tiver a visão, a compreensão não é possível.
As palavras são o meio.
Se o som é o meio de transmissão,
então, as palavras do professor são esse meio. O professor não é o meio.
Suas palavras sim.
Mas quem é esse professor, esse guru? Aquele que maneja o ensinamento, esse é o guru. E o que é o ensinamento?
O ensinamento são os Manuscritos, as impressões que fazem parte do pensamento de cada professor.
O assunto que está no final dos Vedas é o meio de conhecimento.
É por isso que ele, o assunto, se chama Consciência, ou aquilo que se encontra no fim dos Manuscritos criados pelas impressões manifestadas pelos Mestres, Gurus ou professores.
Hoje em dia temos gurus de marketing, culinária, dança, etc.
Há até gurus de cosmetologia.
Precisamos definir essa palavra, guru.
O guru é aquele que maneja habilmente, adequadamente, as palavras do conhecimento.
Aquele que as mantêm vivas e, portanto, pode transmiti-las.
O modo de transmissão desse conhecimento é chamado de disciplina. Sabe qual é o significado dessa disciplina que ‘recebe enquanto dá’?
É a transmissão da visão, que é um caminho de duas mãos.
Nesta tradição, o Supremo é o elo.
Um elo brilhante, aliás.
Com Amor e por Amor
Por Åtma
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Eliane Arthman

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