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A Alquimia da Fé

Na Índia antiga, havia um vilarejo situado às margens de um rio largo e muito fundo.


Nesse vilarejo havia cerca de quinhentas casas. Seus habitantes nunca tinham ouvido falar do budismo ou de outras religiões e viviam como bárbaros, brigando e trapaceando uns aos outros.


Com o desejo de despertá-los para a Lei, certo dia Shakyamuni dirigiu-se até lá, sentou-se sob uma árvore e meditou profundamente.


Impressionados com a vibração emitida pelo Venerável Buddha, algumas pessoas reverenciaram-no, enquanto outras, agitadas, não paravam de perguntar quem era aquele homem tão misterioso e diferente de tudo que eles puderam, até então, conhecer.

Eles não sabiam o que era o amor e para quê tal sentimento deveria ser estimulado nos seres viventes.


Ciente do que se passava no coração de cada um deles, o Venerável disse-lhes:


- Por favor, sentem-se e ouçam-me com atenção.


A multidão calou-se e Venerável Buddha ensinou-lhes sobre a Lei e o modo correto de viver. Num movimento largo dos braços, o grande Senhor fez desaparecer o solo, deixando-lhes à deriva por entre as nuvens, o que deixou a todos perplexos.

Explicou-lhes carinhosamente que não havia terra, nem céu, nem mar!

Tudo provinha da mente de Deus.


“A mundo de Deus é um mundo mental!”, e apontando para o horizonte, Venerável Buddha falou:


‘Vejam, essa Luz que os envolve é Deus!’


A Luz provinha do horizonte e ao envolver-lhes, curou-lhes as feridas, as mágoas, absorveu suas frustrações e, principalmente, lhes arrancou das garras do medo.

E o melhor de tudo era a sensação que uma indescritível paz lhes causava.

Aquela paz era Deus!


A Luz ainda brilhava no horizonte quando, estarrecidos, puderam sentir, como nunca haviam conseguido ou percebido antes, que Deus era alegria, amor e simplicidade.


Todos perceberam que por mais que o grande Senhor tentasse, eles não conseguiriam crer em suas palavras antes de presenciar tudo aquilo, pois durante muito tempo viveram em meio ao egoísmo e a falsidade, sem ter o mérito de encontrar um Mestre que lhes mostrasse e expusesse a Lei Maravilhosa, criada pelo Senhor dos Mundos!


Então, para levá-las à compreensão, Venerável Buddha fez surgir do outro lado do rio um homem que conseguia atravessá-lo caminhando sobre a água, deixando todos admirados.


Quando ele chegou à margem onde a multidão estava reunida, algumas pessoas lhe disseram:


- Nosso povo vive aqui há centenas de anos e nunca vimos ninguém andar sobre a água. Que truque é esse? Ensine-nos!


E o homem lhe respondeu:


— Sou uma pessoa comum que mora ao sul do rio. Soube que o Venerável Buddha estava aqui e desejei vê-lo a todo custo. Quando cheguei à margem do outro lado, fiquei perdido, pois não tinha como chegar até aqui. Então, ouvi alguém dizer que o rio era raso e o suficiente para atravessá-lo à pé, e não duvidei.


Venerável Buddha elogiou-o, dizendo:


— Aquele que crê, consegue atravessar com facilidade até mesmo o rio da vida e da morte. Assim, não é de se admirar que alguém consiga atravessar um rio de poucas milhas de extensão.


Venerável Buddha ensinou que a fé é como um barco para atravessar um rio. Aquele que ouve atentamente os ensinamentos reúne conhecimento e aquele que acredita e segue os preceitos é um homem corajoso capaz de atingir a iluminação.


A Fé é uma forma de alquimia e a humildade é a melhor forma de manifestá-la!


Com Amor e por Amor

❤️

Obediência aos pés do Venerável Buddha


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